lunes, 17 de enero de 2011

Casa antiga e/ou abandonada ?

A questão é : que tipo de abandono abate sobre algumas moradias antigas da cidade de São Paulo?
Temos em nossos registros em vídeo e fotografia três “categorias”, casa antiga, casa abandonada e casa antiga e abandonada. O abandono tem diversos significados. Quando estamos na rua à fotografar e fazer nossos registros essa questão vem à tona. Quem abandonou o quê? Ou seja, o aparente abandono da casa, prédio, seja o que for, aparece por diversas ordens, em retalos e imagens.
Por questões familiares, heranças, por desinteresse politico-econômico, demolições, um local antigo que tem por primeira ordem revelar ao nosso tempo um pouco de história de 50 ou 100 anos atrás é, muitas vezes, esquecido e apagado, sobrando pouco a revelar das trajetórias das pessoas que antes de nós, viveram nessa cidade.
Uma triste sensação musical, sons sem melodia, aparece em minha memória e dela vem a sonorização dos destroços da casa no jardim sem cuidados, a veneziana entreaberta ou quebrada, os portões acorrentados e com cadeados, a cor das paredes esmaecidas, um latente esquecimento.  
Ao ver a casa, a memória tenta construir aquele tempo vivido e, hoje, perdido, invisível. Seja por associações de imagens, de outras experiências visuais, várias casas antigas se misturam e tentam buscar uma história, fazendo uma sobreposição de tempos. Unindo fragmentos, vou tentar montar essa história.
Qual a razão? Qual discurso social, político, econômico ou artístico pode sustentar essas casas antigas e preservar um patrimônio que é nosso, que conta a nossa história? De que forma podemos contribuir para essa preservação? Com nossas imagens, nós queremos a preservação, o patrimônio, ou seja, a memória e a história de uma cidade, não somos contra à novos empreendimentos, mas não defendemos às demolições.
Nosso trabalho visa uma validação artística a essas casas que ainda resistem ao crescimento da cidade de São Paulo e nós queremos mostrar que esses locais tem uma função e não precisam seguir se deteriorando.
Tudo se inscreve na nossa memória e nela permanece gravado.






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